Quem proclama já ter passado da idade para começar a estudar, precisa ouvir a história de Maria Nilza Ferreira da Costa que, aos 77 anos conquistou seu diploma universitário ao concluir o curso de Letras e, não satisfeita, está agora cursando pós-graduação em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa.

O caso de Nilza, brasileira residente de Connecticut, Estados Unidos, pode até parecer raro para alguns desavisados, mas cada vez mais conquista espaço nas plataformas digitais de boas notícias e nas instituições de ensino superior, que já reconhecem esta movimentação e incentivam essa parte da população a voltar a estudar.

A verdade é que a população com mais de 65 anos está crescendo mais rápido do que todas as outras faixas etárias. De acordo com dados da World Population Prospects (Revisão de 2019), até 2050, uma em cada seis pessoas no mundo terá mais de 65 anos (16%), contra uma em 11 em 2019 (9%). No ano de 2018, pela primeira vez na história, o número de pessoas com mais de 65 anos ultrapassou o de crianças menores de cinco anos de idade em todo o mundo. E tem mais, a população de indivíduos com mais de 80 anos deve triplicar, de 143 milhões em 2019 para 426 milhões em 2050.

Maria Nilza gosta de anotar tudo o que estuda para ajudar a se preparar para as provas.

Mas por que os idosos deveriam voltar para a escola?

Vamos concordar que aprender é para sempre. “Não existe esse conceito de idade. Todos nós temos capacidade de aprender o que quisermos. É só ter vontade e disposição”, avisa sabiamente Nilza que simplesmente decidiu retomar os estudos na primeira oportunidade que teve. Sua motivação? Exclusivamente pessoal. Além da realização de adicionar ao seu perfil profissional os títulos de bacharel e pós-graduado, ela mesma queria revisar seus cinco livros que escreveu ao longo dos anos. “Eu gosto muito de escrever, tenho boas ideias, mas queria melhorar a minha gramática e assim que vi o anúncio não hesitei. Cliquei e fiz a matrícula no dia seguinte”, recorda. Nilza se refere ao Centro Universitário Internacional Uninter que oferece mais de 200 cursos de graduação e pós-graduação para brasileiros que vivem fora do Brasil e querem fazer faculdade. As aulas são em português e 100% online por meio do ambiente virtual Univirtus. Ao ser questionada sobre os possíveis desafios tecnológicos, já que a modalidade de ensino é a distância, Maria Nilza confessa que isso não foi empecilho para realizar o seu sonho. A novata no mundo digital comprou seu primeiro laptop exclusivamente para pode estudar. “Eu tentava até conseguir, e as funcionárias da Uninter estavam sempre à disposição para ajudar”, conta ela sobre sua experiência inicial. “Não tem dificuldade nenhuma: se você já tem Facebook, ou se comunica via WhatsApp, o resto se aprende”, garante a veterana.

Manter-se informado tecnologicamente é mais um dos motivos pelo qual a melhor idade deve voltar a estudar. Os idosos que ainda fazem parte da força de trabalho precisam se manter atualizados com a tecnologia para não perder sua posição para um funcionário mais jovem, por exemplo.

Aprendizagem ao longo da vida é bom para saúde e traz felicidade

Estudos comprovam que uma dieta saudável e aprendizado ao longo da vida podem reduzir o risco de declínio cognitivo à medida que envelhecemos. A educação proporciona um senso de propósito. Muitos cientistas acreditam que manter um estilo de vida intelectual e fisicamente ativo é a chave para reduzir o declínio cognitivo.

E se isso não for suficiente para convencê-lo a voltar a estudar, pesquisas sugerem que quanto mais educação você tem, mais feliz você se sente. Nos Estados Unidos, uma pesquisa do U.S. General Social Surveys revelou que 94% das pessoas com bacharelado ou mais se sentem felizes ou muito felizes com suas vidas em geral.

A graduada em Letras e atual estudante de pós-graduação Maria Nilza que o diga. Disciplinada, ela dedica duas horas de estudo por dia, de domingo a domingo, e só tira nota 100. “Estou realizada e não pretendo parar mais”, comemora a mãe de cinco filhos, avó de oito netos e a primeira da família a cursar uma pós. E aí, o que você está esperando?

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